INTRODUÇÃO: A histerectomia robótica representa um avanço relevante na cirurgia ginecológica, permitindo movimentos articulados de alta precisão e flexibilidade que superam as técnicas manuais, trazendo benefícios indispensáveis. Todavia, essa abordagem exige um alto custo, tanto para o sistema robótico quanto para os programas de capacitação específicos, além de suporte contínuo que garanta a proficiência e a segurança nos procedimentos, fatores esses que limitam sua aplicação em alguns contextos clínicos. OBJETIVOS: Investigar benefícios, desafios e limitações da histerectomia robótica, visando contribuir para a compreensão de sua eficácia e segurança e indicações em contextos ginecológicos, especialmente em casos complexos. MÉTODO: Foram selecionados 21 artigos nas plataformas BVSalud e PubMed a partir dos descritores "Hysterectomy", "Myomectomy", "Robotic Surgical Procedures", "Robot-Assisted Surgery", "Treatment Outcome" e "Postoperative Complications", com os filtros "PUBLICATION DATE: 5 years" e "TEXT AVALIABILITY: Free full text" (3 da BVSalud e 18 do PubMed), dos quais 6 foram escolhidos. RESULTADOS: A histerectomia robótica apresenta um conjunto diverso de benefícios e desafios a serem superados. O surgimento da tecnologia robótica tem objetivo de alcançar alta precisão em procedimentos repetitivos, redução de tremores, telepresença, melhor desempenho, resolução tridimensional e melhor iluminação. Em específico à histerectomia, a robótica oferece vantagens em relação à laparoscopia convencional, incluindo redução de complicações intra e pós-operatórias, menor incidência de lesões iatrogênicas, perda de sangue reduzida e menor taxa de infecções. Ademais, melhor sobrevida, menor dor e recuperação hospitalar do que métodos abertos. A escolha pela histerectomia por cirurgia robótica está correlacionada a complexidade, como maiores comorbidades, índices de massa corporal e fatores de riscos. A relação entre o tempo cirúrgico ainda é controversa na literatura, a divergência entre os estudos é justificada pela necessidade de ajustes minuciosos do sistema robótico e pela curva de aprendizado associado a essa tecnologia, que embora inicialmente prolongue o tempo cirúrgico, colabora para maior precisão e controle do robô principalmente entre cirurgiões experientes e em casos de maior complexidade. Por fim, o alto custo associado a tecnologia robótica e ao treinamento específico necessário são fatores limitantes para sua ampliação. Estima-se que um cirurgião ginecológico faz em média 232 cirurgias convencionais antes de realizar a sua primeira cirurgia robótica, fator que aponta a dificuldade de acesso desse meio. CONCLUSÃO: A histerectomia robótica tem vantagens importantes sobre outras técnicas minimamente invasivas, sendo eficaz e segura em cânceres ginecológicos. No entanto, custos elevados e a necessidade de treinamento limitam sua adoção, exigindo mais estudos para confirmar benefícios e avaliar melhores indicações pela robótica.
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Taynah de Sousa Rodrigues da Cunha
Rafael Pinto Silveira
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